Desfrute a vida diária!


Nunca fui uma atleta. Nunca tive muito interesse em esportes, desde que parei de jogar “futebol de toque”
 com os meninos quando 
cheguei à puberdade. Tentei o tênis. Eu batia na bola alto demais, 
longe demais e invadia o campo da esquerda. Tentei softbol. Gra-
ças a Deus porque a bola é “macia” e grande, porque era terrível 
Quando nada de notável parece 
estar acontecendo e tudo não 
passa do “mesmo de sempre”, 
é aí que desenvolvemos nosso 
caráter e a capacidade de 
desfrutarmos a vida diária.
 N.T: Forma de Futebol Americano na qual quem leva a bola é derrubado por toque em vez de por 
obstrução.
Desfrute Sua Vida Diária
quando ela me acertava no olho. Tentava correr, mas não conseguia 
ninguém para me seguir. 
Finalmente, decidi caminhar, e durante alguns anos, eu caminhava de cinco a oito quilômetros por dia. Descobri que existe um 
esporte olímpico chamado “marcha olímpica”, mas quando tentei 
isso, tudo que consegui foi deslocar o quadril.
Definitivamente não sou uma atleta, mas me contento com o 
que tenho, principalmente nos anos da meia-idade. O que me traz 
à mente uma pergunta. Quando cheguei à meia-idade? Lembrome de quando cheguei aos trinta anos. Tive de passar por aconselhamento no dia seguinte depois que meu filho se formou na 
faculdade e se mudou de casa, porque sabia que minha vida havia 
terminado.
Então cheguei aos cinquenta, e fiquei toda animada, porque pude 
entrar para uma organização chamada AAA (Associação Americana 
de Aposentados). Meu marido ficou especialmente animado porque é mais jovem que eu, e conseguiu entrar também!
Cinquenta anos passou a ser a idade mágica. Eu sabia que enquanto tivesse boa saúde, neste dia e nesta idade, eu provavelmente 
teria ainda uns cinquenta anos pela frente. Então veio a asma. Tudo 
bem, eu já sofria com ela muito antes, mas ela só se tornou potencialmente fatal depois dos cinquenta. Então veio a fibromialgia. 
Tudo bem, eu já sofria disso antes, mas ela não é potencialmente 
fatal. Então veio a artrite, e mais recentemente aos cinquenta e cinco, o diabetes. Em algum momento por aí, passei a me interessar 
muito por remédios. Mas um dia finalmente me libertei.
Comecei a notar o pôr-do-sol, e tinha tempo para parar e realmente me maravilhar com a beleza e a grandeza de tudo aquilo. 
Então passei para o nascer do sol, e rapidamente descobri que se eu 
desperdiçasse as primeiras horas da manhã, estaria perdendo a parte 
mais adorável do dia. Então comecei a notar o quanto eu era grata 
por poder testemunhar a mudança de estações. O primeiro suspiro 
da primavera, o farfalhar das folhas sob meus pés no outono.
Quando a doença me atingia, descobri que na verdade eu gostava 
da solidão — um tempo para refletir, reunir meus pensamentos e 
orar, descansando. Descobri que estava passando pela experiência 
desta estação da meia-idade, e que não estava mais perdendo cada 
momento, acorrentada às cadeias da preocupação e do que poderia 
acontecer. Descobri que me preocupar com o amanhã só servia 
para fazer com que eu ignorasse as bênçãos do hoje.
Nem sempre é fácil. Algumas trouxas de roupa suja e uma pilha 
de pratos podem ocupar um dia inteiro. Mas nessas ocasiões, não 
exijo muito de mim. Assim, esqueço-me de fazer a cama enquanto 
observo o brilho rosado da madrugada encontrando-se com o sol 
que nasce. Tenho tempo para andar pelo nosso campo coberto de 
árvores com meu cachorro puxando a coleira.
Consigo encontrar o dia todos os dias. Consigo dizer boa noite 
para o pôr-do-sol. Estudei muitos deles nos últimos cinco anos, e 
nunca vi dois iguais. Consigo conhecer o meu Criador como nunca 
conheci antes, e consegui me decidir sobre os mistérios da vida. 
Passei a ter certeza de que tudo isso não foi por acaso.
Alimento os pássaros e tenho grande prazer nas suas tonalidades 
multicoloridas, principalmente na primavera. Arrasto uma cadeira 
para poder subir e encher os potes de comida para pássaros até à 
borda. Faço uma pequena oração enquanto balanço, meio torta, 
sobre a cadeira, e rio de mim mesma e de todas as pretensões de minha vida quando mais jovem. Tenho grande prazer em minha vida. 
Agradeço a Deus por todas as pequenas coisas preciosas de todos 
os dias. Amigos. Família. Vizinhos. E saúde — a saúde da alma. 
Porque passei a entender o que é a verdadeira saúde, e quando você 
tem a verdadeira saúde, então você realmente tem tudo

Comentários